quinta-feira, 17 de junho de 2010

O caso Dora

Este caso nos coloca a pergunta da histeria. A questão acerca do sexo, sobre o feminino. Seu segundo sonho nos revela o quanto Dora se perguntava sobre a caixa, não era nem sobre a jóis e sim, sobre a caixa. A sra K., era aquela que possuía a chave do mistério da feminilidade.
Assim como o caso Dora e outros tantos que se enquadram sobre o signo da histeria, nos trazem aquela insatisfação, Freud ficou suficientemente insatisfeito com o término precoce do tratamento de Dora.
O autor, se colocando no lugar do mestre, com seus saberes sobre o outro, não conseguiu escutar Dora, ouví-la de fato. Confundiu objeto de amor com objeto de identificação. A senhora K. além de ser o objeto de interesse de Dora, era um além. Um além da imagem.
Portanto, a genialidade de Freud se mostra neste caso nos seguintes pontos: ele nos propicia refletir sobre o feminino, trazendo o saber de que na histeria a pergunta que se trata é: sou homem ou sou mulher? O que é ser mulher?
Também, nos permite trabalhar a questão da transferência e da castração do analista. O analista vai, escuta, até onde seu limite lhe permitir.
Um outro ponto que Freud nos provoca é na questão da tendência homossexual que ele postula em Dora. O que a histeria quer com a outra? Dora visava o pai, seu amor por ele. Na medida em que um certo senhor k., no lugar daquele que equilibrava o quarteto diz á Dora: "Minha mulher não é nada para mim", Dora conclui: Não sou nada para meu pai. Se o senhor K ama somente a mim, meu pai ama somente a senhora K., aquela que para mim, representa o mistério do feminino. Logo, passo a reinvidicar o amor de meu pai com total exclusividade. Dora é homossexual?

Nenhum comentário:

Postar um comentário