terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ética, onde se encontra?

“Os imperativos da moda, do consumo, do utilitarismo e do capital não deixam lugar para o ínfimo, o desútil, o íntimo, o desver, o falho, a falta, a fala. Tudo isso é, no entanto, o verdadeiro capital para o sujeito: a expressão de sua singularidade e de seus nadas” Antonio Quinet
 

Este pequeno grande trecho, abre reflexões para muitas questões: Contemporaneidade, política, arte, sujeito do inconsciente, ética, busca de soluções, discurso, feminino em psicanálise. A problemática está exposta claramente. Este autor, com seu saber analítico traduz  explicitamente a subversão que o discurso analítico faz. Ou seja, o discurso da psicanálise, subverte o discurso corrente ou como podemos denominar, o discurso do mestre. O discurso mestre que aliena, que causa sintomas, sofrimentos, mas que estamos inseridos.
Quais  saídas para um século marcado pela homogeinização dos seres? A saída deve ser construída, tecida no um a um. A arte revela a singularidade do ser. A psicanálise, idem. Ambas são anticapitalistas em sua política do sintoma. Há uma política do sintoma.

Há seres alienados, sujeitos desejantes, seres/sujeitos femininos, sujeitos faltantes, fálicos...
Há uma infindável finitude de humanos que se posicionam na vida sempre em relação ao falo, à linguagem.
Há pessoas que não sustentam seus desejos.
Há pessoas com ausencia de si, de faltas.
Isso, sempre houve.

Estamos em um mundo de equívocos.
Antígona perguntaria: Estão sendo éticos com suas singularidades? Ou passam a vida alienados reproduzindo o discurso capitalista? Como cavar um espaço para redescobrir, descobrir, tecer o singular do sujeito?

Se propondo a pagar o preço do desejo. 
 Custa caro.
Arte e psicanálise, infinitas possibilidades...