quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Síndrome do pânico X Angústia

Tema atual nos consultórios, o pânico. Medo de ficar doente, medo de enlouquecer, medo de que algo ruim aconteça, medo de morrer, medo de sair na rua, de multidões, medo de perder o controle, medo de amar...

A idéia de um desamparo se vincula a um estado de "desproteção". A pessoa tomada pelo medo, tem algo a dizer e algo a ser traduzido. Para que a angústia não nos domine, seria necessária traduzí-la. Sendo traduzida, ela cessa.

Um futuro analisante que procura um psicanalista para não sofrer de pânico, pode encontrar um bom caminho para se tratar. Primeiramente, ele quer parar de sofrer por algo que lhe escapa, que foge ao controle. Ele encontrará um alívio quando falar do que está por trás destes medos ou como prefiro colocar, angústia.

A angústia, não engana. Aponta para o desconhecido. Pela fala, ela pode ser moldada e colocada em seu lugar. Como uma criança que tem medo de bicho de papão. A criança, precisa falar deste bicho, do que lhe assusta para dar um contorno e diminuir a força do que lhe assusta. Falando, ocorrerá um esvaziamento e aparecerá o que se trata.

A angústia, mascara algo da ordem de um saber inconsciente. Logo, o paciente quer parar de sentí-la. De fato, ele para. Porém, o que emergirá, não sabemos. Com certeza, não será algo que domine o sujeito, que o faça perder o controle. Porém, poderá se transformar em um saber que trará questões e muitas vezes, decisões que urgem serem tomadas. Ou seja, dá trabalho esvaziar um sintoma e lidar com o desconhecido que ele encobre.