terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Desencontros de pares

Como é difícil conviver com o outro. Tão óbvio, tão simples, tão real que o outro é o outro. Não há simetria, complementação entre duas pessoas possível de se efetivar. O que há, são encontros esporádicos e inúmeros desencontros. No amor, o engodo da relação denuncia a especularidade do par sexual.
Espelho, imagem, enganos. O que temos de real é a dificuldade de se relacionar com o que o outro não nos dá. O outro não alimenta nossas expectativas, nos frustra, nos revela a dissimetria entre os sexos. Tudo pela via da linguagem e do que ela nos fornece: a castração.
Lacan, no seminário 18 afirma: "A linguagem, em sua função de existente, só conota, em última análise, a impossibilidade de simbolizar a relação sexual nos seres que habitam essa linguagem" (p.139).
Como cada um habita a linguagem?
O mal entendido, o equívoco, o desencontro,  fazem parte do casal. A questão é como conviver melhor com a nossa falta para poder conviver com a falha do outro, com o que o outro não nos dá.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A dança é um apelo ao Outro

A fantasia do sujeito dançante se atualiza a cada dança.
A dança dá forma ao não-dito, ao indizível.
O dançante, exibe um diálogo ao espectador, um diálogo entre ele bailarino e e ele mesmo.
Quem é o Outro para aquele que dança?
É como se o Outro, tesouro dos significantes, o Outro enigma da feminilidade, o Outro da lei, da linguagem é o próprio sujeito. O Outro não existe!!!!!!

Cada corpo pulsante vive seu paradigma,
O singular do sujeito dançante é sua fantasia.
O corpo, ainda pulsa.
O olhar ser olhado se presentifica.
Ausência e presença em sua alternância com sua dialética,
Fazem da angústia o motor do corpo vivo pulsante.