terça-feira, 29 de março de 2011

Quando se busca uma análise?

Via de regra, quando nos encontramos angustiados, em sofrimento, fazemos algo. Alguns comem demais, alguns choram, alguns trabalham excessivamente, alguns dançam, cantam, reclamam de tudo, se isolam, buscam amigos para falar... Cada sujeito tem uma saída frente à dor. Outros, buscam cartomantes, psicólogos, igrejas, xamãs, yoga, shiatsu, remédios...
Cada área do saber olha o ser humano sob um prisma. O médico, vê o corpo físico, a questão orgânica. Trata medicando ou dizendo que não é necessária a medicação.
O psicólogo, avalia o grau de ajustamento do ser ao social. O tratamento se dá por um "concerto" emocional.
O psicanalista, trata pela via da fala. Desde o início do tratamento, propõe que há uma dimensão de não saber na estrutura psíquica de todos os seres humanos. Isso, significa que além de sermos seres faltantes, incompletos, que jamais saberemos tudo. Esse princípio socratiniano do "só sei que nada sei" tráz à luz o INCONSCIENTE. ELE, existe e se manifesta pela via dos sonhos, atos falhos, chistes, silêncios...
Quando o ser não sabe porque disse tal coisas, quando tem atitudes que não entende, quando sente um mal-estar que não identifica da onde vem, aí, encontramos algo que vai além da razão. Um não saber. Algo da ordem inconsciente.
A psicanálise, como uma das muitas áreas do saber, pode oferecer um olhar e uma escuta do sujeito que sofre sabendo que não se sabe do outro. Isto é um diferencial das outras áreas na medida em que na medicina e na psicologia o outro sabe. O médico, se coloca como aquele que sabe do corpo. O psicólogo aquele que sabe da emoção, razão, da adequação.
O analista sabe até onde foi sua própria análise. É neste ponto que ele poderá saber até onde pode ajudar o analisante. É de um saber inconsciente que se trata.
Cada sujeito é singular, tem uma história de vida e responde ao lugar que foi colocado no mundo de uma forma. Acontece que ás vezes a saída que se encontrou não está mais satisfatória. Aparece um sofrimento.
O analista vai tratar propondo que o analisante fale de seu mal estar. Vai intervir e fazer o paciente trabalhar e desejar saber sobre seu inconsciente, sobre o que manca em sua vida, sobre suas faltas.
E o desfecho, é particular de cada um. Se a falta existe, ele deseja...