segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A perdição feminina

Por onde andas? Donde estão las mujeres?
Atualmente, aparece na clínica um fenômeno sintomático generalizado feminino: A falta de uma identidade. As mulheres, suas incompletudes, suas maneiras de preencher o vazio existencial e suas saídas para o ser mulher no século XXI são motivos de alto grau de sofrimento nos consultórios.
O que é ser mulher hoje? Até pouco tempo, a resposta era simples. Ser mulher, é ser mãe. E hoje? Dia 31/10/2011? Que é o feminino?
O feminino é algo a ser construído. Proponho um tornar-se mulher. Não é algo dado. Best sellers de auto ajuda podem dar uma idéia, mas, é impossível seguir a série de receitas dadas, prontas. Neles, encontram-se respostas para tudo. O problema é que o sintoma continua. Cada uma é uma.
As mulheres continuam sem saber o que fazer se o cara não ligou, se o cara ligou, se elas sabem ou não seduzir, se é o homem que não sabe olhá-las.
A mulher quer ser vista de determinada maneira. Cada uma é singular e quer ser olhada de determinada forma.
Qual forma tu queres ser vista? Mesmo as tímidas, envergonhadas querem aparecer de alguma maneira. Nem que seja pelo significante tímida.
A mulher quer ser desejada, amada, vista e reconhecida pois isso pode ser condição dela ser desejante. Para muitas, a possibilidade de desejar está atrelada a ser ou não ser desejadas.
Uma das muitas angústias das mulheres é a pergunta: O que o outro quer? O que o homem deseja? O que faço que o outro me deseja ou não. Consigo seduzir?
Aí jaz um grande sofrimento para muitas. O Não consigo. Se o outro não me quer, é porque eu não consigo. Ela cai depressão.
Uma análise, cai muito bem para o não consigo. A possibilidade de realmente saber o óbvio, que o outro é o outro, que não temos como dar conta do desejo do outro até porque nem sabemos do nosso, é a chave para a conclusão feminina: Não consigo.
A análise dá limite ao ser feminino. Ajuda a construir uma sensualidade. Para tal, não há best seller de auto ajuda que dê conta.