sábado, 3 de março de 2012

Folie à deux X loucura materna




O conceito de loucura é amplo. Partiremos da idéia de que a loucura é produzida em rede. Dois sujeitos adoecem. O encontro dos dois produz a loucura. TODA LOUCURA É RELACIONAL E VIVIDA NA RELAÇÃO COM O OUTRO!

Alguns casos que apresentam um semblant de histeria com melancolia, podem se tratar de casos de folie à deux.
 São casos de loucura produzida na relação mãe-filha. A filha, geralmente no lugar de ser empregada do gozo do Outro. A mãe, emprega a filha.
Diferente da loucura materna na qual a mãe se emprega nas questões do filho.
São casos difíceis de tratar. Os psicanalistas muitas vezes idealizam e almejam que a´"saúde" psíquica tem haver com a separação da mãe. Justamente aí, que os casos de folie se tornam complicados pois se separar da mãe pode levar à morte física.
A condição de separação exige um ato. Se separar do desejo da mãe que se separou do desejo da avó.
AVÓ-FILHA-NETA.

Porque se separar da mãe? Eis o caminho para a feminilidade. O desejo da mãe é invasivo por natureza.
Os casos de folie à deux revelam a perturbação da relação especular com o outro. A paranóia. O sujeito desaparece como uma saída para se separar de uma relação tão invasiva vivida com a mãe.

A mensagem que deixo sobre esses casos é acolher e tratar a mãe. Não é tratar o par ou a família, mas a mãe, escutar as questões que se apresentam coladas. O que vem colado não é singular. O feminino é singular. Nesse sentido, o feminino é a tentativa de dar forma, borda ao vazio. É a possibilidade de tornar-se mulher e viver um outro gozo.