segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Da depressão á castração

O conceito de castração em psicanálise é amplo. Escolho pensá-lo pela via dos limites.
O sujeito ou o ser deprimido vivencia uma espécie de mal estar existencial do tipo:"Sou um nada"; "Não consigo...."; "Sou um lixo"; "Não mereço"..."Sou um fracasso".
Um tratamento analítico propõe limitar, dar borda, marcar o que o sujeito não consegue, aonde fracassa. Isso se traduz por dar limite. Poder saber das faltas e o que fazer com elas. Poder rir de si mesmo, levar a vida mais leve é o que a análise oferece, de fato, aos seres.
Porém, não sem custo. A ajuda de um psicanalista se faz tecendo as possibilidades do analisante de responsabilização pela ética singular do seu desejo.
A depressão, muitas vezes, é uma saída "" acovardada"perante o desejo inconsciente.
Trate com carinho o que queres. Sabes o que deseja? Quer o que deseja?

sábado, 21 de janeiro de 2012

Discursos

O fundador da psicanálise afirma em suas transmissões acerca do sintoma, da angústia e da inibição,que esta última, se relaciona com a função. Função sexual, alimentar, locomover, trabalhar...
"A inibição é a expressão de uma restrição de uma função do ego".
Um sujeito engolido pela angústia, pode apresentar inibições, sintomas, ansiedades...
A questão que se coloca é que o que angustia um sujeito, pode não angustiar outro. Logo, o óbvio: somos seres singulares, com histórias de vida, marcar no corpo, traumas.
O discurso científico nos ilude, nos aliena. Homogeiniza os seres de tal forma que provoca a perda de singularidade. Não se trata de individualismo e sim do que cada humano tem de mais peculiar, de seu.
Esse discurso, rouba, tira, arranca a responsabilidade de um sujeito pelas suas escolhas. Produz um ser bobo, débil, deficiente.
O discurso psicanalítico propõe uma saída para a pasteurização do homem, para os novos antigos sintomas, e inclusive, para as inibições.
Uma análise nos oferece também a possibilidade de produzir outros discursos. Discursos esses, que se implicam com a ética,com o desejo e com a responsabilidade sobre nosso próprio corpo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Qual é sua pergunta?

O caso Dora é o caso que causa. Dentre vários aspectos, ele nos revela clinicamente os efeitos de um sintoma e partindo do casa a caso, o que significa esta palavra.
A afonia de Dora denuncia uma questão que acompanha a analisante durante toda sua vida e sua conduta. Portanto, o sintoma, é uma pergunta. Mas qual?
O que o caso nos transmite, é que, o sintoma histérico é uma expressão. Expressão do enigma de Dora. O enigma sobre sua feminilidade. Esse enigma, tem um formato de questão.
Partindo da idéia de que o sintoma é uma pergunta, qual é sua questão?