quarta-feira, 28 de abril de 2010

Identidade feminina?

Será que já se perguntaram: sou homem ou sou mulher? Dois termos que definem através da linguagem uma "espécie" de identidade. Acontece que no discurso feminino algo escapa.
A mulher, apreende a feminilidade por uma máscara num constante tornar-se.
Essa máscara ou véu,revela um vazio. O que teria uma mulher para encobrir? Um corpo? Uma jóia? Uma fantasia? Um nada?
Sim, me parece que este nada que se refere a uma falta.A mulher se mascara para encobrir sua falta.
Suas jóias, maquiagens, lenços, roupas denotam a existência de uma falta de identidade feminina, de um não ao universal. A mulher quer ser única, particularizada, amada em seus maus humores, seus pijamas, suas rugas. Quer ser amada pelo seu singular.
Coloco que ela denuncia uma outra lógica. Uma lógica presa a linguagem mas além dela. Além de palavras e sentidos. A mulher trás o inominável, a dimensão socratiniana dos limites e verdades do inconsciente.
Sendo ela, não-toda submetida à lei, o sujeito feminino é um sujeito que se encontra dividido entre uma forma de estar no mundo ligada á linguagem, as regras e outra maneira que diz respeito ao que está fora do discurso. Algo escapa. Não há palavras que dêem conta de seu gozo.
Um sujeito que comporta uma lógica que não se refere ao ter ou não ter, tampouco ao ser ou não ser. Simplesmente outra.