domingo, 9 de maio de 2010

O absurdo do luto.

A partir da fala de uma pessoa que se encontra com a possibilidade de morte do pai, refleti sobre o absurdo do luto. Dentre várias palavras e um discurso, a pessoa disse: "Não há nada de bom em um luto".
Será que não? Essa pessoa se colocava como aquela que tudo organizava para uma família. Desde conflitos entre os familiares até bens materiais que lhe faltavam. Então, lhe disse que pode existir algo de bom neste luto.
Apreender que não sabemos da morte, da nossa, da do outro, pode ser interessante para contextualizar que a morte nos trás o mais radical do limite do ser humano. O não saber.
O absurdo do luto, pode ser colocado como a transmissão ética de que a falta existe. Não só existe, como também não tem como ser tamponada. Não há o que tape este buraco que a perda do outro nos causa.
O problema é que este buraco para alguns torna-se a pessoa toda. O buraco, é em algum lugar de si e não por inteiro.
E a vida, fica mais leve quando realmente sabemos que não sabemos.

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