segunda-feira, 4 de julho de 2011

Serge André, Lacan e Freud acerca do feminino.

Serge André- um mestre do feminino, coloca que Lacan elevou a histeria a nível de estrutura de discurso. A bissexualidade da histérica significa um bi-gozo A bissexualidade não é uma divisão entre dois sexos e sim entre dois gozos, um todo fálico e outro o seu mais além.

Devido á ignorância da vagina, que Freud formulou, Lacan parece tirar a idéia da falta de um significante do sexo feminino. Lacan, segundo André nos faz compreender Freud: a vagina é ignorada enquanto sexo feminino, mas enquanto falo escondido, ela é conhecida até demais.

Libido:

Não há libido feminina, logo, Freud coloca esta questão do ponto de vista de uma divisão. A divisão de Freud é a seguinte: a libido é a mesma que anima homem e mulher, mas do ponto de vista de satisfação (ativo ou passivo) e do objeto (libido do objeto e libido do eu), a libido se cinde.

André coloca que Lacan retoma a questão da libido feminina, mas puxa-a para o lado do gozo. Haverá um gozo próprio da mulher? Destacando a questão da satisfação ativa e passiva, Lacan aponta a divisão entre dois tipos de gozo: um interditado pelo significante e ligado ao ser e outro permitido pelo significante e ligado à significação fálica.

Assim, Lacan desloca a questão da feminilidade do campo do sexo para o campo do gozo. A bissexualidade se torna um bi gozo e o problema se torna saber se há um gozo a mais além do masculino. Esse bi-gozo divide a libido e consequentemente o sujeito em duas partes: uma toda fálica e outra não-toda.

Quando Lacan diz que a mulher não existe, ele quer dizer que a feminilidade não é uma questão do ser, da existência e sim de um tornar-se. Se para Freud o furo do sexo feminino é totalmente recoberto, para Lacan, não. O falo não recobre a falta. Ele indica um além. Logo, não é um obstáculo á feminilidade, mas ao contrário, a condição de toda a feminilidade possível.




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