sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

AlienaçãoXSeparação

Dançar. Quem dança na vida? Que metáfora a dança nos proporciona?
Dançar, envolve contato com a música,com o corpo, com a relação com o espaço, com o outro, com o peso do corpo. O contato com a música nos coloca em relação ao ritmo e consequentemente a uma matemática e simultaneamente com uma expressão que se manifesta no movimento.
O dançar implica necessariamente um saber corporal do mais básico ao simbólico. O objetivo pode ser se distrair, brincar ou expressar o que se quer.
A dança africana, necessariamente exige um contato via olhar com o outro. Dança-se só, porém é fundamental a relação com o outro, que se dá via olhar, toque, ir na referência do outro, o outro ir na sua referência. É uma troca, não é só algo que se basta por si mesmo.
Partindo dessas considerações, coloco alguma questões referentes ao olhar psicanalítico:
1)A possibilidade de ouvir a música, pode indicar o quanto o sujeito que dança se separa dele próprio para "incorporar" sua interpretação do que ouviu. Posteriormente ele terá que expressar sua interpretação.
2)Saber do corpo. Que saber se trata? Para sabermos aonde estão os ombros, até onde vão os braços, como se colocar no espaço, precisamos saber até onde vamos, o que temos e onde temos. Sabendo isso, sabemos do nosso lugar topológico. Que metafórico!
3)Olhar o outro. Muitas vezes quando somos o outro não temos como olhá-lo. Olhar envolve separação e saber até onde vai um, até onde vai o outro. Isso significa que precisamos de um espaço, um lugar e um limite.
Proponho o debate em cima deste viés do simbólico, de que a dança traz consigo, algo de metafórico, de dialético, que diz respeito ás operações de alienação e separação. Um tema que pode se abrir é a questão da psicose. Com muita pretensão e non sense: Um tratamento possível da psicose via o dançar. Seria possível?

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