quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Revelações do feminino

Do ponto de vista lacaniano, a maternidade se encontra do lado masculino. O filho pode vir ao mundo na função de tamponar a falta da mãe. Falta de falo. Com um bebê, ela tem um falo. Assim, encontra-se em uma posição que poderíamos chamar de masculina, do ter. Nesta posição, existe um gozo fálico, um gozo da fala. A mãe deposita suas fantasias na criança. Esta, por sua vez responde ao lugar que sua mãe lhe colocou com sim, sendo este falo que obtura a falta da mãe ou com não evidenciando uma relação "difícil" com esta mulher.
O sujeito se divide entre mãe e mulher, entre o gozo fálico e o Outro gozo. Outro gozo e não gozo não fálico. A lógica da psicanálise do séc XXI não está nas comparações entre o que um sexo tem e o outro não. Me parece que a questão fica entre a lógica do sujeito feminino e lógica do sujeito masculino. São completamente diferentes, portanto, não temos como comparar.
Analisar uma mulher nos coloca a dimensão do impossível, do que não pode ser traduzido, daquilo que escapa a linguagem.
Isto é relevante na medida em que sabemos que nem tudo pode ser dito. O feminino nos revela este saber.

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